Culinária dá autonomia a ‘chefs’ de cozinha muito especiais

down1

 

Que a gastronomia é um dos maiores prazeres da vida, isso, poucos questionam. Mas já imaginou você usar os dotes culinários para um gesto de amor que irá mudar a vida das pessoas? Esta é a proposta do Instituto Chefs Especiais, que ensina portadores de deficiência intelectual a se desenvolver na cozinha, dando-lhes carinho e afeto, em prol de reconhecimento e inserção na sociedade.

Localizado no bairro de Higienópolis, em São Paulo, o instituto surgiu a partir da ação de um casal de paulistanos, que se propôs a fazer este trabalho voluntário desde 2006. Para Simone Berti, consultora empresarial e uma das idealizadoras do projeto, a inspiração veio por conta de dispender um pouco de tempo e energia em favor de alguma causa transformadora.

“A gastronomia é importante porque, na vida de todos, ela está presente, independentemente do nome que se dê a ela, já que transforma ingredientes em belos e saborosos pratos. E assim é na vida: o poder da transformação. Podemos transformar qualquer coisa na nossa vida. Basta querer”, diz Simone..

down2

 

Aulas com renomes gastronomia
Com 300 pessoas participando das atividades voltadas a um esquema de rodízio entre as atividades de Down Cooking e Capacitação, o instituto realiza, também, eventos e oficinas com nomes importantes do meio gastronômico, que participam de forma voluntária das aulas, como Olivier Anquier, Allan Villa Espejo, Henrique Fogaça, Carlos Bertolazzi, entre outros. Simone comenta, inclusive, que já viu chefs chegando e reclamando de tudo, do trânsito, da esposa, do tempo, da vida… “e, em seguida, sem perceber, estavam com suas fisionomias transformadas”.

O projeto conta com o apoio de grandes empresas. Simone ressalta que o retorno recebido dos participantes é enorme: “Todos se sentem acarinhados e acolhidos na Casa dos Chefs Especiais, espaço que foi construído para eles, para ser seu porto seguro. Muito se tem conquistado além das aulas, como aumento de autoestima e, como consequência a tratamentos de saúde, alfabetização através das nossas receitas, além do ganho de autonomia”.

Por fim, uma questão crucial, mas que parece muito bem resolvida aos olhos de Simone, é o combate dos jovens cozinheiros ao preconceito que eles podem eventualmente sofrer em sociedade. “Nós fazemos questão de deixá-los visíveis e em contato direto com todas as pessoas possíveis. Só essas pessoas os vendo e tendo essa proximidade passam a entender o quanto são capazes e o quanto podem nos acrescentar. Recebemos muito mais do que damos.”

Fonte: Terra

Deixe um comentário